LIDERANÇA E COMPLACÊNCIA

“Quem procura o que não perdeu
quando encontra não o reconhece”.

Provérbio popular


RESUMO:
A liderança tem vários papéis. A orientação aos empregados e a firmeza de propósitos são essenciais à liderança.


Já escutei algumas vezes, de empresários, a seguinte frase ao despedir um empregado:

– “Fui até onde eu pude, não aguentei mais!”

Ou algo próximo disso, transmitindo sempre a mesma ideia de que o empresário ficou esgotado e cansou-se de dar “oportunidades”. E cansado de dar oportunidades, despede o empregado.

Esses casos, não tão raros, escondem dentro de si, alguns pontos que merecem ser trazidos à tona. 

O ponto, que eu quero trazer hoje, é a complacência da liderança e seu reflexo na produtividade da sua empresa.

Este caso é daqueles que o líder ou gerente deixa passar ou simplesmente informa e orienta várias vezes e, ou subordinado não acata, ou não entende, ou não está apto a executar, ou não tem boa vontade.

Primeiramente vamos ver como podemos resolver o caso das orientações gerais da empresa. Como estabelecer rumos e padrões de atitudes e comportamentos, que facilitem e identifiquem mais facilmente o que é certo e o que é errado na empresa?

A resposta a esta pergunta é dada pela:

– Missão: o que nos propomos fazer e para quem;

– Visão: inspira e aponta um objetivo de longo prazo, aquilo que queremos nos tornar;

– Valores ou Princípios: identifica quais os comportamentos e atitudes que dão suporte à consecução da Missão e da Visão.

Leia mais aqui:

MISSÃO, VISÃO E VALORES: Por que, O Que E Como?

Este conjunto, Missão, Visão e Valores ou Princípios, estabelece as regras gerais do jogo que se joga em cada empresa. 

Esse conjunto é ótimo, e divulgado, permite orientações dos líderes a distância. Faculta aos líderes estarem lá, sem ir lá (seja lá onde for), pois a empresa acontece em cada Hora da Verdade, em cada contato cliente-empresa, e a maior parte destes contatos acontece longe dos olhos dos líderes.

Leia mais aqui O CONCEITO DA HORA DA VERDADE

Agora, não basta estabelecer, há que perseguir, orientar, apontar seguidamente o caminho e cobrar de uma forma consistente e sistemática, de tal forma que ajude inclusive a formar o clima e a cultura da sua empresa.

– “Mas, então, fizemos a orientação geral, fizemos o guia mãe de todas as orientações, temos estabelecidas a Missão, Visão e Valores da minha empresa. O que eu faço a seguir?” – pergunta-me você.

Uma sugestão só para você: preparar uma avaliação 360º, periódica, com todos os seus empregados, inclusive você, sem distinção de nível hierárquico, e ir negociando com cada um novos, maiores e melhores patamares de desempenho, coesão e aderência ao trio Missão, Visão e Valores, a cada avaliação. 

Recomendamos realizar e apresentar, a cada empregado, a sua avaliação feita por todos que trabalham com ele, onde constarão as seguintes notas obtidas:

– a nota individual de cada empregado obtida em cada um dos pontos ou aspectos levantados na pesquisa, (esta é a hetero-avaliação);

– a auto-avaliação do empregado;

– a nota média dos empregados que tem função semelhante, para que cada empregado possa se situar como está frente aos seus semelhantes no trabalho;

– a nota média de todos os empregados da empresa.




Este conjunto de dados, de preferência apresentados em um gráfico radar, ajuda o empregado a se situar e verificar no que ele pode melhorar, incluídos estes dois aspectos importantes:

– o que ele se julga ruim mas os outros ou a média da empresa o vê como bom;

– o que ele se julga bom mas os outros e a média da empresa o colocam com uma avaliação ruim.

Veja abaixo um exemplo real e ilustrativo deste gráfico (por razões óbvias, só mudamos o nome da pessoa avaliada):

missão visão valores
Missão visão e valores

No exemplo apresentado omitiu-se a nota média de todos os empregado da empresa, por facilidade de apresentação.

Este é o primeiro ponto das orientações, são as orientações gerais e suas respectivas avaliações, pois quem não mede, não gerencia.

No desenvolvimento dos trabalhos você, o líder, seus gerentes, seus supervisores e os seus empregados precisam ficar atentos ao que leva à obtenção dos resultados esperados e acordados. 

Todos e quaisquer desvios, tanto do caminho dos resultados como da Missão, Visão e Valores, devem sofrer imediata orientação e correção. Implacavelmente, sem exceções.

Frequentemente algumas pessoas – líderes, gerentes, supervisores e os próprios empregados, colegas de trabalho de quem comete um desvio, voluntário ou não -, sentem-se pouco à vontade para orientar ou apontar o caminho correto, o comportamento ou atitude esperada, ou a realização certa da tarefa certa (eficiência e eficácia). 

Para saber mais leia: 

EFICAZ, EFICIENTE OU EFETIVO? 

Esta falta de atitude de corrigir o rumo é complacência.

Note, uma coisa é boa vontade, compreensão; complacência é outra muito diferente. A boa vontade e a compreensão de pessoas comprometidas com a empresa levam à orientação, à busca da perfeição, jamais ao deixa estar da complacência, jamais à passividade.

Complacência nada mais é do que a predisposição, transformada em atitudes, de aceitar “algo” nos outros, que para nós não é o certo, mas, resignadamente e passivamente, aceitamos (para sermos agradáveis?)…

Se isto permeia pela sua empresa, se você não é o exemplo de, repetida e sistematicamente, corrigir os desvios, quaisquer que sejam eles, então sua empresa perde a competitividade, ela não aprende com o tempo, ela não pratica a melhoria continua.

Note que a orientação deve ser focada em fatos: 

– “Houve algum desvio claro e indiscutível, observável, que mostra, ou o empregado estar saindo do caminho da Missão, Visão e Valores ou da busca dos resultados esperados e acordados?”

A orientação efetiva deve ser dada no máximo uma, duas ou três vezes e, a cada vez, verificado o seu entendimento. Esta regra deve ser e estar clara para todos e quaisquer empregados, deve ser seguida e perseguida a qualquer tempo, em quaisquer espaços. Os que ficarem pelo caminho servirão de contra-exemplo.

Afinal,você não vai construir o sucesso da sua empresa com pessoal “meia boca”. 

Ter complacência é dar tiro no próprio pé. Afinal devemos estar trabalhando com e como profissionais, ou sua empresa não teráo sucesso.

A complacência é inimiga da produtividade, destrói a melhoria contínua e acaba com a liderança, pois líderes complacentes podem ser tudo, menos líderes.

Um líder não busca ser agradável, o verdadeiro líder é orientado por resultados. 

O verdadeiro líder orienta, puxa, aponta caminhos e conduz a resultados, jamais deixa passar em branco algo que não percorre o caminho dos resultados esperados e acordados.

E mais: o cuidado e a orientação com pequenos desvios demonstram a todos que é necessário ficar alerta, e mais: que desvios maiores não serão tolerados.

E você, você é complacente?

Há pessoas complacentes na sua empresa?

Você precisa ter determinação para perseguir e alcançar o sucesso da sua empresa. Esse sucesso é construido diariamente através da sua vigilância e da sua orientação implacável rumo aos resultados. A Merkatus pode ajudá-lo nessa construção diária do seu sucesso. Contate-nos já.

Façamos uma ótima semana.

Você pode imprimir, repassar ou copiar este artigo, no todo ou em parte, contanto que
1º – mantida a autoria; 2º – divulgado o autor e 3º – divulgado o endereço do site  https://www.merkatus.com.br

Carlos Alberto de Faria

Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1972 e pós-graduado em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 1997. Mais de 40 anos de experiência em Marketing.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *