A receita da Felicidade ou As regras da felicidade
A Receita da Felicidade: um conteúdo excelente.
Este conteúdo é essencial para todos os que trabalham com pessoas, para todos os que se relacionam com pessoas, na vida profissional, na vida comunitária, na vida familiar e na vida pessoal.
A hora da verdade
Se alguém me pedisse um resumo do que eu aprendi e apreendi, nos últimos 30 anos, que fosse o mais importante, o mais significativo, o que mais causou mudanças em mim, este é o texto que eu apresentaria.
Portanto, CORAGEM, porque vale a pena!
Jan Carlson escreveu um livro imperdível, com o título “A Hora da Verdade“, buscando identificar com esse título o instante em que um representante de qualquer empresa mantém contato com o cliente.
Sua opinião – da qual eu partilho – é que a soma das diversas percepções que o cliente tem desse contato e dos demais contatos com outros empregados, procedimentos e sistemas da empresa, é que formam a imagem da empresa.
Na versão do livro, em português, há um preâmbulo, feito pelo editor, que contém uma história de um sábio contando sua versão da sabedoria.
Quando li essa história, pela primeira vez, não tive ideia da dimensão que ela passaria a ter em minha vida e nas vidas das pessoas que me rodeiam e que já tiveram a felicidade, ou infelicidade, de me escutar repassando esse misto de história e ensinamento.
A percepção e a profundidade da história aumentaram, a relação entre pessoas e empresas evoluiu, agora é mais abrangente.
Essa história, contida em apenas duas páginas do livro, resume-se a responder, rapidamente, apenas três perguntas, às quais eu, por motivos óbvios como veremos adiante, acrescentei mais uma pergunta.
Como os “Três Mosqueteiros” que eram, na realidade, quatro, as três perguntas transformaram-se em quatro pela necessidade de apresentar um quadro completo, sob minha humilde visão.
As quatro perguntas da felicidade
Então a essas quatro perguntas, elaboradas, discutidas com os familiares e amigos, apresentadas em palestras, através de perguntas das pessoas que tiveram a paciência de me escutar e, mais do que isso, deram-me sua atenção fazendo perguntas que me permitiram crescer, acrescentar, aprender com suas dúvidas; a essas quatro perguntas eu dei o nome de A Receita Da Felicidade.
Quero firmar que, ao mesmo tempo em que acho por demais pretensioso alguém querer, em quatro perguntas, dar “A receita da Felicidade“, aumenta a minha convicção de que a aplicação dessas quatro regras, simples, levam as pessoas a patamares maiores de felicidade.
A Receita da Felicidade é muito simples, relativamente fácil de ser entendida, embora reconheça ser mais difícil sua aplicação.
Mas essa aplicação depende, somente e exclusivamente, de você!
Então, com vocês ….
A RECEITA DE FELICIDADE ou As Regras Da Felicidade
1. Qual é o momento mais importante da sua vida ? – Receita da Felicidade
Esta primeira pergunta é, com certeza, a que menos suscita dúvidas.
Mas eu sempre dou alguns segundos antes de respondê-la.
Podemos até tentar fazer um exercício proposto por uma amiga internauta, Sonia Breda.
Apresento a vocês três bananas: uma podre, outra verde e outra madura.
O que representariam essas três bananas ?
Tente pensar nisso, antes de prosseguir a leitura.
Espere e pense durante pelo menos um minuto.
Bem, a primeira banana, podre, representa que seu tempo já se foi, ela poderia ser útil se aproveitada algum tempo atrás, hoje já não tem mais serventia.
A banana verde ainda não serve, temos que aguardar o seu tempo para poder saboreá-la.
Já a banana madura está pronta e, descascando-a, reparto-a com você e saboreamos essa doce banana.
Com isto quisemos dizer que o momento mais importante da sua vida é aquele que está maduro, no sentido figurado, aquele que pode ser aproveitado já, nem passou, nem ainda virá: o tempo maduro, o agora, o momento presente!
Pedro Nava, médico e memorialista carioca, escreveu que o presente é uma folha bem fina que separa uma quantidade conhecida de folhas do passado das folhas esperadas do futuro, na qual, cada um de nós, escreve o que somos.
Cabe aqui ainda uma citação de Aristóteles:
“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito.”
Aristóteles
Realmente nós só podemos ser o que quer que queremos no presente, no presente é que escrevemos aquilo que somos.
Já o passado é somente recordação daquilo que já se foi, somos saudosistas; esquecemos de nossa vida que está acontecendo no aqui e agora, com os olhos voltados para trás, olhando as bananas podres!
Já a pessoa, que tem seus olhos voltados somente para o futuro, vive procurando algo irreal, algo que não existe ainda, é uma pessoa ansiosa, esquece do seu dia a dia na busca, com os binóculos da sua ansiedade, da realidade inexistente, tentando ver hoje bananas maduras onde somente há bananas verdes.
No presente, e somente nele, é que podemos apagar possíveis manchas do passado, podemos construir, tijolo a tijolo, o futuro.
Só no presente, através das nossas ações, podemos escrever o que somos. E somos o que repetidamente fazemos.
É essa a imagem que passamos: somos o que fazemos em cada momento presente.
Portanto, o momento mais importante de nossas vidas é o momento presente! Cada momento presente, cada um deles na sequência que ajudamos a construir.
2. Quem é a pessoa mais importante da sua vida ? – Receita da Felicidade
As respostas mais comuns à essa pergunta, quando a apresento às pessoas, são: eu, meu filho, meu marido, etc. e tal. Todas essas respostas estão parcialmente certas. Mas esta resposta é a que suscita a maior controvérsia.
A Fábula da Xícara Cheia
Um colega, Paulo Bottarelli, comentando sobre esta dificuldade das pessoas entenderem esta resposta, sugeriu a seguinte fábula da xícara cheia: ‘Um mestre estava ouvindo seu discípulo falar que não conseguia entender determinado assunto.
Em resposta ao não entendimento o mestre pediu um chá e solicitou a seu discípulo que o servisse.
Este o serviu, mas quando quis entregar a xícara ao mestre, este pediu que enchesse mais a xícara.
O discípulo encheu até a borda, mas não foi suficiente, o mestre solicitou que ele continuasse enchendo.
O discípulo quis argumentar mas o mestre pediu para que ele continuasse, e o chá foi descendo para o pires, e deste para o chão. E o mestre continuou pedindo para que ele tentasse encher mais a xícara.
O ensinamento é que para uma xícara receber mais conteúdo é necessário que ela não esteja cheia.
Caso esteja cheia, é necessário antes esvaziá-la o suficiente para um novo conteúdo.
Friedrich Nietzche disse, em outras palavras, o mesmo:
“O homem não tem ouvidos para aquilo que a experiência não lhe deu acesso.”
Friedrich Nietzche
Portanto faça uma viagem introspectiva e verifique se sua xícara está cheia para apreender este conteúdo.
A resposta proposta a essa pergunta é: a pessoa mais importante da sua vida é quem está a sua frente!
E quem está na minha frente é meu marido ou esposa, meu filho, meu chefe, o cobrador do ônibus, a caixa do supermercado, nós próprios quando estamos sozinhos.
Frente a esta resposta as pessoas argumentam: mas eu já estou farto de fazer isto e aquilo para minha mulher, marido ou filho; já não aguento mais fazer e não ser correspondida, “e o outro ?”, mas meu chefe só me pede as coisas e nunca me reconhece, etc., etc., etc. …
Realmente isto parece ser cansativo e realmente o é, e pior, oprime as pessoas no seu dia a dia.
E a nossa proposta está longe de buscar a opressão, muito pelo contrário, como já dissemos, estamos nos propondo a entregar “A Receita da Felicidade“.
Vamos então tentar esvaziar um pouco a xícara.
Dentre as várias interpretações que podemos dar à palavra liberdade está a de sermos senhores de nossas ações. Nós fazemos aquilo que queremos e nos responsabilizamos por aquilo que fazemos.
Mas se colocamos nossas ações na dependência do que outras pessoas fazem, pensam ou dizem, seremos meros marionetes enredados nas ações, pensamentos ou dizeres dos outros.
Estaremos colocando nossas vidas, o que fazemos, o que pensamos e o que falamos na dependência dos outros – nossos filhos, maridos, esposas, chefes, colegas de trabalho, etc. – fazem, pensam ou dizem.
Não somos nós, somos o que eles querem ou provocam.
Há uma frase de um guru meu, Stephen Covey, que diz:
“Entre o estímulo e a resposta há um espaço de tempo. Nesse espaço de tempo reside a liberdade de escolher a nossa resposta. Nessas escolhas residem o nosso crescimento e a nossa felicidade.”
Stephen Covey
Com isto estou querendo dizer que no intervalo de tempo entre os estímulos que o ambiente em que nós estamos imersos e as respostas que damos a cada um desses estímulos, neste curto intervalo de tempo estamos decidindo se seremos felizes ou infelizes, se crescemos ou não, se somos livres ou marionetes, se reagimos ou se somos pró-ativos.
Vamos usar outra historinha, cujo título é “Você age ou você reage ?”, que me foi passada sem autor, para complementar o pensamento:
Você estava indo com seu amigo a um jornaleiro.
Imagine este possível diálogo e situação, imaginários, travado entre vocês.
Você chega ao jornaleiro e diz:
– “Bom dia ! O Sr. poderia ver o meu jornal.”
O jornaleiro, taciturno, passa-lhe o jornal, recebe o dinheiro e lhe repassa o troco.
Não responde ao seu cumprimento e não lhe sorri, ao contrário de você que está com um sorriso escancarado, estampado em sua face.
O seu amigo, na medida em que vocês se afastaram da banca, diz:
– “Sujeitinho mal humorado, hein !???”
– “Ele é sempre assim !!!” – você responde.
– “Mas então por que você continua cumprimentando-o ?” – pergunta seu amigo.
Você, então, responde:
– “O mau humor é dele ! Eu desejo, todo o dia, do fundo do meu coração que ele tenha um bom dia!”
Note que no intervalo de tempo entre a demonstração do mau humor do jornaleiro e a sua reação, o momento mais importante da sua vida, o momento presente, você decide se vai reclamar da vida, falar que os outros são assim mesmo, que esse mundo é isso ou aquilo.
Mas nesse mesmo intervalo, o momento mais importante da sua vida, você vê o jornaleiro como seu cliente, você deseja realmente um “BOM DIA!” a ele, com exclamação e tudo, e também pode decidir que continua mantendo o sorriso, o entusiasmo, porque você acredita nos seus valores, você age segundo aquilo que você acredita, você é determinado naquilo que se propõe a fazer.
Neste caso você enxerga, diariamente, como cliente duas pessoas: o jornaleiro desejando-lhe um bom dia, todos os dias, independentemente dele ser ou estar isso ou aquilo, e você, agindo de acordo com seus valores, agindo de forma pró-ativa frente à vida, ou a alternativa que o próprio nome dessa historinha diz:
Você age ou reage?
Somos senhores de nossas ações ou somos marionetes nas mãos das pessoas que nos cercam?
E cada um de nós, agimos ou reagimos frente a vida?
Colocamos cada pessoa à nossa frente como cliente e agimos com esse enfoque ou damos a desculpa que essa pessoa está com problemas e mudamos de atitude?
Para colocar o outro como cliente, eu preciso estar decidido – resolvido? – a me colocar como primeiro cliente, e respeitar o que sou, meus princípios e valores, pois neles baseio minhas ações.
Sem dúvida antecede isso a escolha dos valores e princípios, e enquanto eles não existem fica extremamente difícil basear a vida em algo inexistente!
Só com isso resolvido é que se chega à ação de ver o próximo como cliente!
Só respeito o próximo – o meu cliente – em cada hora da verdade que o dia a dia me propicia, quando eu me respeito!
Só me respeitando primeiro é que respeito ao próximo.
Essa resposta, neste contexto, foi demorada e um pouco difícil sua elaboração também para mim.
Mas aos poucos esvaziei a xícara e, humildemente, apreendi mais esta.
3. O que você deve fazer com a pessoa mais importante da sua vida no momento mais importante da sua vida ? – Receita da Felicidade
A resposta proposta a esta questão é simples e direta: Torná-la feliz!
Imagine que os egoístas que só enxergam a si próprios, querem tudo só para si, tornam a vida das pessoas que o cercam um inferno e, consequentemente, a sua também. Esse é que eu chamo de “o egoísta burro”!
Mas pode haver um tipo de “egoísmo” inteligente: aquele que leva felicidade a si e ao próximo, cria uma espiral positiva ao seu redor, e o clima em que vive é agradável.
Imagine – um sonho imaginário – no qual todas as pessoas ao redor do mundo estejam praticando isso.
Como seria esse mundo? Você gostaria de viver num mundo desses?
Neste momento da exposição a maioria dos rostos das pessoas apresentam sorrisos, uns mais expressivos, outros tênues, algumas pessoas travam!
Este é o momento para a quarta e última pergunta.
4. Quem começa esta mudança ? – Receita da Felicidade
A reposta que mais apresentada pelos participantes é “nós”!
Eu, particularmente, acredito que falamos nós, para não assumirmos novamente a responsabilidade, queremos que primeiro o outro mude, para ai então, e somente após a mudança do outro, eu mudar!
Mas não há como escapar, a resposta é que EU, e somente EU, posso começar esta mudança.
A espera de que o outro mude primeiro coloca nas mãos dele, o outro, a minha liberdade, demonstra a minha esperança passiva.
Finalizando, gostaria de chamar a atenção mais uma vez ao caráter dinâmico da Receita Da Felicidade, ela é conquistada em cada momento presente, em cada “hora da verdade”, em cada contato que temos com um semelhante, mesmo que esse semelhante sejamos nós, frente ao espelho, quando estamos conosco.
O verso simples, singelo e profundo para a receita da felicidade:
“Caminante, no hay camino,
Antonio Nobrega
Se hace el camino al andar”
do poeta espanhol, Antonio Nobrega, tão bem expressa essa característica de alcançar, perseguir continuamente a liberdade, a felicidade.
E só pode ser assim, sem caminhos pré-definidos, simples, atuando, a cada momento, sobre a vida que se nos apresenta e que, com nossas atitudes e comportamentos, construímos.
Boa caminhada, para todos nós, nesta nossa vida única e naquilo que cada um de nós fazemos com ela!
Que tal? E a sua xícara, sua xícara está cheia?
Um grande abraço a todos e até a semana que vem!
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A receita da felicidade é também fazer o outro feliz!
Nossa que maravilha!
aprendi que precisamos analisar o que estamos fazendo com a nossa receita da felicidade, muito bom, amei.