QUEM DECIDE O QUÊ?

O empreendedor montou a sua empresa. Ela está inteirinha na cabeça dele! 

Ele fez um plano de negócio, detalhado. É uma empresa pequena, no começo é ele e ele só. A decisão, sempre que necessária, ele toma, rapidamente. Em cada situação ele tem as informações e os conhecimentos necessários e suficientes para processar e tomar a melhor decisão.

Os tempos seguiram e o empreendedor de sucesso agora é dono de uma empresa com 20, ou 50 empregados. A configuração mudou totalmente, e a maioria dos
empreendedores nem se apercebe disso.

Alguns empreendedores querem resolver todos os problemas como resolveram os problemas no passado. Mas a técnica utilizada já está ultrapassada; propor, hoje, a mesma solução que funcionou no passado, é como dirigir um carro olhando para o retrovisor.

Vamos analisar um empregado, da linha de frente, da empresa atual desse empreendedor. Esse empregado da linha de frente está atendendo um cliente que quer algo que essa empresa fornece, mas de uma maneira própria e não usual, algo que dá para ser feito, só que sai da rotina.

Vamos analisar o líder, também, que por excesso de informações, ou falta das informações certas, acaba provocando atraso ou ineficiência nos processos e
projetos.

O que sabemos é que toda pessoa age de acordo com seus próprios interesses e que, para tomar decisões, ela sempre é limitada pela informação e conhecimento disponíveis para ela, seja ela o presidente da empresa ou o atendente comercial.

Todas e quaisquer organizações são somas de pessoas com as características mostradas acima. Nem mais, nem menos!

Como será que a sua empresa tratará do assunto “decisão”?

Há duas soluções, a princípio:

A PRIMEIRA SOLUÇÃO:
Se a empresa for conservadora, o pedido do cliente subirá pela hierarquia até encontrar alguém que tenha a autoridade para decidir – ou faz ou não faz!

Esta decisão estará mais fundamentada na visão estratégica da empresa, aquela ditada pelo plano de negócio, pelo planejamento estratégico e, pouco, na
necessidade real do cliente – quanto mais alta a hierarquia, mais distante do mercado estará a decisão pela dificuldade da informação completa chegar até
quem decide.

Os pontos negativos, deste tipo de decisão, são:- o custo do atraso na decisão;

– a falta de rapidez e agilidade de ação frente às reais demandas do mercado;

– os possíveis custos de uma decisão mais fundamentada na estratégia do que na real necessidade do mercado.

Uma possível solução, para este caso, é levar as informações, rapidamente, a quem tem o direito de decidir, com os correspondentes custos de implantação de meios para levar a informação – o que o cliente realmente quer – até quem tem o direito de decidir. Os custos decrescentes de TI (tecnologia da informação) ajudam essa solução.

Esta opção, por esta solução, costuma ser chamada de CENTRALIZAÇÃO.

Ao adotar esta solução, o pessoal da liderança considera, normalmente, os empregados não capacitados a tomarem decisões.




A SEGUNDA SOLUÇÃO:
Uma outra solução é levar o direito de decisão a quem vivencia o problema. Esta solução tende dar respostas mais rápidas às solicitações do mercado.

Ao tomar este caminho, a decisão a cargo do empregado da linha de frente, numa organização conservadora, esse empregado da linha de frente nem sempre possui a visão estratégica do negócio, e a decisão estará mais fundamentada num ponto intermediário entre a vivência individual do empregado e na real necessidade do cliente.

Os pontos negativos, deste tipo de decisão, são:- o custo de decisões mais centradas na experiência dos empregados da linha de frente;

– o custo da decisão mais centrada na demanda pontual do mercado.

Estes custos podem ser significativos quanto mais distantes eles estejam da visão estratégica da empresa.

Uma possível solução para este caso é levar o conhecimento do posicionamento estratégico da empresa até a linha de frente, até quem atende os clientes. Os possíveis custos de implantação de meios para levar a estratégia da empresa ao conhecimento dos empregados também são facilitados pelos custos decrescentes de TI (tecnologia da informação).

Esta opção por esta solução costuma ser chamada deDESCENTRALIZAÇÃO.

Os empregados, por sua vez, consideram os líderes divorciados da realidade do mercado.

A TERCEIRA SOLUÇÃO:
A melhor solução, talvez, não seja a primeira, nem tampouco a segunda!

Fazer a aproximação por ambos os lados, diminuindo os níveis hierárquicos e facilitando a distribuição e circulação de informação e conhecimento, tanto levando para as pontas a visão estratégica e como trazendo para a alta direção, as necessidades reais do mercado, tal como o mercado está, e não o que as pesquisas apontam!

Lembre-se: a melhor pesquisa – e a mais barata – de mercado é a feita diariamente com seus clientes, pelo seu pessoal da linha de frente, é quando o cliente se defronta com o que sua empresa está produzindo!

Esta é uma visão prática e simplificada do quadro teórico por trás da onda que varreu a administração nos anos 90: diminuição dos níveis hierárquicos, gerência do conhecimento, meios de comunicação rápidos e eficientes, descentralização das decisões, desdobramento de políticas, engajamento dos empregados no planejamento.

A SOLUÇÃO PARA A SUA EMPRESA:
Mas há um senão, nessa discussão toda:- “É a melhor solução para quem, cara-pálida?”

pergunta-me você, de olhos arregalados!

A necessidade é oriunda direta da realidade da sua empresa. E a realidade da sua empresa não é o ideal! Nenhuma empresa é ideal.

O ambiente da sua empresa está propício para qual passo?

Os dirigentes são conhecedores de problemas de falta de informação nas pontas?

Eles são favoráveis à centralização ou à descentralização? Se a rapidez não é um requisito para o seu mercado, a centralização pode ser uma boa opção!

Você ajuda a sua empresa a encontrar o caminho ideal para ela? Quais são os problemas que sua empresa enfrenta hoje? Qual tipo de solução seria mais
recomendado para a sua empresa: centralização ou descentralização?

Não há solução ideal, porque não há empresa ideal.

O ideal é um alvo mutável (evolui ao longo do tempo), algo, portanto, inatingível, ou melhor, quando miramos o ideal hoje, vamos atingi-lo somente amanhã. Mas amanhã o ideal mudou, e o ponto que eu atingirei somente amanhã, deixa de ser o ideal, amanhã!

Como estão sendo tomadas as decisões na sua empresa?

Qual é o melhor caminho para a tomada de decisão na sua empresa, neste momento? 

Quem tem direito a decidir o quê?

Tomemos todos a decisão acertada de fazermos uma ótima semana!

Você pode imprimir, repassar ou copiar este artigo, no todo ou em parte, contanto que
1º – mantida a autoria; 2º – divulgado o autor e 3º – divulgado o endereço do site  https://www.merkatus.com.br

Carlos Alberto de Faria

Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1972 e pós-graduado em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 1997. Mais de 40 anos de experiência em Marketing.

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