HÁ ÉTICA NOS NEGÓCIOS?

“Ser bom é bom negócio.” 

Anita Roddick,
fundadora da Body Shop

RESUMO: 
“A ética é aplicável aos negócios?
Podemos falar em empresas éticas?
A ética influencia os negócios?”

Eu pergunto:

– “Há essa tal de ética nos negócios?”

A minha resposta divide-se em duas:

 NÃO, porque ética é uma construção pessoal de cada um de nós;

– SIM, porque a escolha por uma atuação ética dos empregados depende de cada empresa.

Eu gosto muito da definição de ética do Fernando Savater:

“Ética é a arte e a prática de eu me sentir bem comigo mesmo.”

Ele faz uma complementação com a política, que seria a arte e a prática de se viver bem em sociedade.

Eu também coloco alguns pontos levantados no livro do John Maxwell sobre ética nos negócios, muito pertinentes.

A ética é um tópico bastante discutido, pois os nossos comportamentos e atitudes são o reflexo daquilo que nós somos. Aristóteles já dizia isto:

“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito.”

No entanto, vira e mexe nos defrontamos com dilemas éticos.

Um dilema ético sempre se dá na escolha de algo desagradável ou indesejado, sob o ponto de vista da moral.

Todo julgamento ético é, portanto, um julgamento moral. 

Por ser um julgamento moral, e moral ser uma característica das sociedades, o conceito poderia se expandir para os agrupamentos sociais, inclusive empresas.

No entanto os agrupamentos sociais não agem por si, quaisquer agrupamentos sociais agem através dos seus integrantes. Desta forma tenta se estender um conceito relativo e individual, dentro de uma sociedade e em um determinado tempo, para algo que as organizações possam fomentar, pois elas jamais terão ética, quem agirá com ética, ou não, são seus componentes.

Normalmente a ética pode ser “atingida” em uma destas três oportunidades: 

– eu faço o que é mais conveniente para mim;
– eu faço aquilo com que eu obtenho maiores vantagens;
– eu escolho e sempre apresento razões flexíveis e justificadoras da minha escolha.

O grande ponto é que cada um pode fazer o que quiser. E também pagar o preço: responsabilizar-se pelas conseqüências de sua ação sobre si e sobre os outros. Esta é uma verdade indiscutível.

Note que a frase acima não diz: “Cada um deve fazer o que quiser…” 

O verbo “dever” indica algo obrigatório, já o verbo “poder” indica uma escolha.

Este último detalhe é pouco lembrado e tem conseqüências, tanto na vida como nos negócios.

Mas você sempre pode fazer o que quiser. 

Você sempre será responsabilizado, positiva ou negativamente, pela escolha que fizer.

A vida é uma seqüência de escolhas. Sempre, e a cada momento, podemos escolher o rumo das nossas ações. E pagamos um preço por isso: nós viramos reféns das nossas escolhas.

O preço a ser pago é a auto-estima e a hetero-estima: o quanto eu me estimo e o quanto as pessoas que nos rodeiam nos estimam.

Pense em cada uma destas perguntas: 

1º) Você quer ser valorizado?

2º) Você quer ser apreciado?

3º) Você quer ser visto como responsável?

4º) Você quer ser respeitado?

5º) Você quer ser compreendido?

O que você faz afeta, positivamente ou negativamente, as percepções dos outros sobre a sua pessoa. 




Os seres humanos costumam se unir por valores e crenças comuns, formando comunidades e tribos. Até os presidiários e narcotraficantes têm o seu código de ética. 

A ética é relativa, como já dissemos.

Você escolhe o que você planta, mas você só poderá colher o que você planta. A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória. 

Com os negócios é diferente?

A resposta que eu dou, é que em negócios é igualzinho!

Reveja as cinco perguntas acima…

As ações que os diversos empregados de uma empresa tomam ao longo da existência da empresa é que formam a percepção dessa empresa em seu mercado de atuação.

O campo de batalha do mercado se dá dentro da cabeça dos seus clientes potenciais, e é formada pelo conjunto de percepções que a sua empresa constrói, ao longo do tempo, na cabeça de cada cliente do seu mercado alvo.

Esse conjunto de percepções forma ou transforma a predisposição em compras e compras repetidas da sua empresa. Ou não!

Que predisposição é esta?

Sua empresa é valorizada, apreciada, responsável, respeitada, compreendida?

Estas percepções formam o maior ativo de quaisquer empresas: a vontade do seu cliente comprar e voltar a comprar da sua empresa. Ou o menor ativo quando a predisposição é de nunca (ou nunca mais) fazer negócios com a sua empresa.

A batalha do marketing não se dá no mercado, essa grande batalha pelo mercado se dá na cabeça de cada um dos seus clientes potenciais.

E a escolha do seu cliente potencial depende exclusivamente das percepções que ele tem, formada em cada uma das Horas da Verdade, com a sua empresa.

Recomendamos ler:

“A Hora Da Verdade ou As Regras Da Felicidade”

A Hora da Verdade costuma ocorrer longe dos líderes, acontece na interação entre o representante da sua empresa e o seu cliente. Com cada um dos seus representantes, com cada um dos seus clientes.

Esta é a razão pela qual Karl Albrecht diz que as formigas estão no poder, esta é a razão pela qual tanto se fala em “empowerment”, que nada mais é que dar condições para que o pessoal da linha de frente tenha responsabilidades e autoridade para resolver o que se lhe apresenta a cada interação com cada cliente.

A real demanda em serviços é estabelecida na hora do contato, a cada Hora da Verdade.

E a ética, o que tem a ética a ver com isso?

Vamos tratar do assunto de negócios: para se fazer negócio com o seu cliente algumas etapas precisam ser vencidas: 

– sua empresa precisa ser conhecida, pois ninguém compra de desconhecidos;

– sua empresa precisa transmitir confiança, pois ninguém compra de quem não confia;

– sua empresa precisa dar segurança, pois sem segurança ninguém entrega seu suado dinheiro.

Conhecimento, confiança e segurança são as condições que a sua empresa possa atuar no seu mercado alvo, para que você possa fazer negócios, mais negócios e melhores negócios.

Na minha opinião, a pergunta:– “Sua empresa é ética?”

deve ser substituída por esta outra pergunta:– “Sua empresa é valorizada, apreciada, responsável, respeitada, compreendida?”.

Note que quanto menos sua empresa for valorizada, apreciada, responsável, respeitada e compreendida na percepção dos clientes potenciais do seu mercado de atuação, menor será o seu mercado, menos negócios sua empresa fará.

Portanto, a ética dos seus empregados reflete-se no tamanho do seu mercado, reflete-se no tamanho do sucesso da sua empresa.

Sua empresa até pode não ser ética por princípios, por valores intrínsecos dos seus criadores e líderes, mas terá que ser ética em suas ações, pelo valor extrínseco da sua necessidade de atuação plena no seu mercado alvo.

Ou é isso, ou não é uma empresa perene.

Então, há essa tal de ética nas empresas e organizações?

Creio que a resposta é: depende de cada empresa. 

Mas as escolhas feitas por cada empresa, por cada empregado da sua empresa, refletem-se diretamente em seu mercado e, por conseqüência, em seu sucesso.

Sua empresa pode escolher o que plantar, mas somente poderá colher aquilo que plantou.

O tripé Missão, Visão e Valores definem o caráter da sua empresa. As ações do dia a dia confirmam o caráter e a seriedade da sua atuação. Se sua empresa precisa definir o caráter da sua atuação, a Merkatus pode ajudar. Contate-nos.

Façamos uma semana excelente.

Você pode imprimir, repassar ou copiar este artigo, no todo ou em parte, contanto que
1º – mantida a autoria; 2º – divulgado o autor e 3º – divulgado o endereço do site  https://www.merkatus.com.br

Carlos Alberto de Faria

Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1972 e pós-graduado em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 1997. Mais de 40 anos de experiência em Marketing.

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