CAINDO NA REAL V: Insistindo No Erro

A melhoria do ensino básico encontra vários pontos de suporte, bastando ter interesse. O articulista da revista Veja, Cláudio Correia e Castro, vez por outra comenta as desventuras e os acertos da educação brasileira, apontando caminhos.

Gustavo Iochpe, também na revista Veja, publicou matérias com excelente conteúdo, que questionam alguns dos mitos da educação brasileira.

O sítio Ação Educativa disponibiliza materiais para se montar uma escola com participação democrática, e indicadores de qualidade do ensino. É imperdível a quem tem interesse ema educação básica.

A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida por Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que dá uma excelente direção à educação nacional, diz: 

Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII – valorização do profissional da educação escolar;

VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX – garantia de padrão de qualidade;

X – valorização da experiência extra-escolar;

XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.




Os Critérios de Excelência do Programa Nacional da Qualidade (PNQ), está disponível no sítio da Fundação Nacional da Qualidade, representam o estado da arte da gestão, e podem ser aplicados integralmente em quaisquer organizações, inclusive as educacionais, inclusive municipais, de qualquer nível.

Sabemos que temos, no Brasil, escolas com rendimento superior e semelhante a escolas do primeiro mundo, basta verificar o que fazem e adaptar à realidade de cada região ou município.

Note que não estamos falando de conteúdos programáticos, que podem e devem ser adaptados a cada região, a cada realidade. Nós estamos falando de aplicar princípios básicos de gestão no ambiente das escolas, somente isso. 

Não estamos falando de didática, pedagogia, mas de administração, administração pura e simples, administração efetiva, produtora de resultados tão esperados pelo nosso povo carente, mas jamais acordados com ele, pois o povo é alijado das decisões.

CAINDO NA REAL, encontramos o seguinte:
Em alguns municípios, o esforço para melhorar a sua classificação na PROVA BRASIL, simplesmente é repassado aos diretores:

– como uma ordem, 
– uma mera informação verbal, 
– sem instrumentos de medida, 
– sem quaisquer treinamentos,
– sem objetivos conhecidos;
– sem acréscimo de material pedagógico, 
– sem qualquer comprometimento orçamentário;
– sem destinação de outros recursos,
– somente uma determinação ou exortação à melhoria,

que deve ser cumprida pela boa vontade dos que receberam tal ordem.

Não há causa detetada, não há plano, não há metas, nem tampouco objetivos, nem tampouco orçamentos, mas tão somente a simples exortação!

O professor incumbido, convocado a mudar, a atingir novos patamares, mas que não dá conta de seus afazeres como professor, mal treinado, sem motivação, sem recursos de apoio, sem meios adicionais para promover a aprendizagem, teve seu horário dobrado para produzir uma “melhoria” no aprendizado da sua classe, sem esse professor ao menos conhecer o conteúdo da PROVA BRASIL, sem lhe ser oferecido outros meios para atingir objetivos.

Se você não muda, se você continua afazer o que sempre fez, você continuará a obter os mesmo resultados.

Os erros de hoje foram provocados por ações do passado. Duplicar as ações do passado só faz aumentar os erros que serão obtidos amanhã.

A duplicação de esforços, sem mudança de atitude, sem acrescentar nada mais, só faz gastar recursos financeiros, sem estar ou ter quaisquer vínculos com resultados desejados. E o ponto que se chegará é o mesmo ponto de partida, ou aleatório, próximo a este, com igual distância do objetivo maior.

Algumas dessas ordens ou exortações à melhoria, sem qualquer substância, partem dos mesmos doutos gestores eficazes, os mesmos que enxergam defeitos nos outros…

Os outros – aqueles que erram aos olhos dos doutos de plantão – são vítimas da precisa avaliação pública contundente e negativa perpetrada pelos doutos, como relatado no “Caindo na real nº1”, agindo como macacos que riem do rabo alheio. 

Leia aqui os outros artigos desta série de horror:

CAINDO NA REAL: Os Erros Da Educação

CAINDO NA REAL I: A Síndrome de Tássia Xando

CAINDO NA REAL II: Não Vamos Dar Moleza!

CAINDO NA REAL III: O Berço Esplêndido

CAINDO NA REAL IV: O Povo É Gado

CAINDO NA REAL VI: Eu Quero É Me Arrumar!

Até uma próxima oportunidade.

Você pode imprimir, repassar ou copiar este artigo, no todo ou em parte, contanto que
1º – mantida a autoria; 2º – divulgado o autor e 3º – divulgado o endereço do site  https://www.merkatus.com.br

Carlos Alberto de Faria

Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1972 e pós-graduado em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 1997. Mais de 40 anos de experiência em Marketing.

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