Juízo de Valor
Juízo de valor. É importante diferenciar juízos de valor (baseados em crenças) de juízos objetivos (baseados em fatos) para evitar preconceitos.
“A lógica é a arte de errar com confiança.”
Anônimo
RESUMO: “O respeito aos juízos de valor é uma garantia à liberdade individual.
A análise dos juízos de valor dos outros, pelos nossos juízos de valor, pode levar a demonstrações do mais deslavado preconceito.”
A comunicação
Um dos aspectos que precisa ser melhor trabalhado na área de marketing de serviços é a comunicação entre as pessoas, entre empregados, entre gerentes e empregados e entre empregados e clientes.
Na área de marketing de serviços, onde o contato humano é crucial, pois é a oportunidade de encantar o cliente, independentemente de algo ser vendido ou não, podem ocorrer falhas gritantes de comunicação pelo mais completo e profundo desconhecimento.
Leia mais no artigo: “A Receita da Felicidade“
Recentemente, em um debate acalorado sobre liderança, eu me defrontei com o fato de que muitas pessoas desconhecem o conceito e o uso de juízo de valor.
Por conseguinte, isso é um passo inteiro no sentido de debates ou confrontos nada proveitosos.
O que é VALOR?
Primeiro, valor é algo que vem depois da ética e da moral.
É um conjunto de valores, crenças, princípios e percepções que são características únicas e individuais de cada pessoa.
Leia, atentamente, o artigo: “O Alinhamento Pessoal“
Compreendendo o Valor Individual
Vamos analisar algumas situações e verificar as razões pelas quais os juízos de valor podem ser utilizados para demonstrar preconceitos, ou estão muito próximos deles.
Quando, em um debate, podemos expor ideias, opiniões ou pareceres.
Vejamos um exemplo bem simples de diálogo:
Exemplo
João pergunta:
– “Por que você prefere tomar leite de soja?”
– “Porque leite de soja contém flavonóides,
que me ajudarão na prevenção futura da osteoporose.” – responde Cleonice.
– “Porque o leite de soja ajuda a
prevenção do câncer de mama.” – responde Flávia.
– “Porque a atriz Fulana de Tal toma leite de soja
e ela está linda e conservada.” – responde Antônia.
– “Eu gosto muito do cheiro do leite de soja.” – responde Amélia.
Note que em todas as respostas, em todas elas, há expresso um juízo de cada uma das pessoas que as emitiram.
As duas primeiras respostas, as da Cleonice e da Flávia, são conhecidas como juízos objetivos.
As pessoas emitem juízos objetivos baseando-se em ciência, fatos ou experiência.
As duas primeiras informações apresentadas acima estão contempladas em um estudo das mulheres japonesas, e das razões pelas quais elas sofrem muito menos que as mulheres ocidentais de osteoporose a câncer de mama.
O estudo demonstrou que as mulheres japonesas, desde a mais tenra idade, são responsáveis pela diferença devido à ingestão de soja.
Já as duas últimas respostas contêm afirmações que são chamadas de juízo de valor.
Juízo de Valor
Juízos de valor são afirmações emitidas baseadas em crenças, valores, princípios ou percepções de cada indivíduo.
Nem sempre os juízos podem ser assim separados, mas com certeza, valores religiosos, político-partidários e de torcidas (clubes ou tribos), são, essencialmente, juízos de valor.
A grande diferença entre os dois tipos de respostas – juízos de fato e juízos de valor – está nas respostas:
- aquelas com juízo de fato são afirmações comprovadas.
- aquelas que dependem do conjunto de valores, princípios, crenças e percepções particulares e próprios de cada indivíduo, são expressões de juízo de valor.
Tanto que, com certeza, há pessoas que não gostam de leite de soja, exatamente, por causa do cheiro. E há outras que acham que o creme de pepino é que faz bem para a beleza, jamais o leite de soja!
Juízo objetivo ou juízo de fato
Juízos objetivos têm uma base de conhecimento (fatos, experiências ou ciência), enquanto os juízos de valor são meras opiniões, crenças ou percepções de cada indivíduo.
Por exemplo, quando um assunto é controverso, ou seja, não há um fato científico que lhe dê embasamento, mas sim há um conjunto de ideias multifacetadas:
– “Eu acho que liderar é engajar os empregados
na busca de objetivos compartilhados.” – diz sicrano.
– “Eu acho que liderança é conectar os seus
empregados ao seu negócio.” – diz beltrano.
– “Eu acho que liderar é obter e manter
empregados que ajam e trabalhem como proprietários.” – arremata fulano.
Debate, ideia e percepções
Todos estão debatendo, colocando suas ideias, que são percepções diferentes sobre um mesmo assunto, mas cada um colocando a sua.
Todos estão expressando juízos de valor. E cada um tem direito de expressar o seu juízo de valor, pois fruto da sua individualidade única.
Isto, no fim, representa a liberdade de se expressar e escolher o seu caminho único.
Juízo de Valor e Liberdade
A livre expressão do juízo de valor é uma das pedras angulares da liberdade individual, senão vejamos:
“A base da promoção da liberdade à condição necessária da dignidade humana reside no fato de cada pessoa ser considerada o melhor juiz do seu próprio bem, mesmo que frequentemente falível.
É a livre expressão deste juízo de valor que está subjacente em todas as declarações sobre os direitos humanos e à defesa das liberdades, direitos, e garantias do ser humano, como indivíduo único. É este juízo de valor que justifica ser a liberdade de escolha pedra angular da dignidade humana.”(*)
Juízo de Valor: mais um caso
Vejamos mais um caso interessante de juízos de valor, já que todo seu humano tem o direito de se expressar de acordo com seu conjunto único de valores:
– “Eu julgo que a principal característica da liderança é o líder ter seguidores.” – diz um.
Por outro lado, o outro argumenta que o líder precisa complementar sua visão transmitindo confiança, pois sem ela, ninguém o seguirá.
– “Esta visão que vocês estão apresentando é uma visão rasteira e ultrapassada.” – arremata uma terceira pessoa.
Análise
Note que o diálogo entre os dois primeiros coloca, frente a frente, opiniões que podem ser conflitantes, desconexas, ou até complementares, mas reflexo de cada um dos indivíduos. Eles, cada um, colocam o seu ponto de vista, um procurando entender o ponto de vista do outro.
Note que entender não quer dizer, de forma alguma, concordar.
Note que este debate, entre os dois primeiros, leva à luz.
Já o terceiro debatedor faz um julgamento do juízo de valor dos dois primeiros participantes, baseado em seus valores pessoais únicos, e usa esses valores seus, pessoais e únicos, dando pouco “valor” aos valores alheios, menosprezando os valores dos outros.
Esta atitude mostra uma pessoa que coloca seus juízos de valor como base para julgamento dos juízos de valor das outras pessoas, o que é um flagrante desrespeito à livre expressão da individualidade e dos valores de cada pessoa.
Juízo de valor e Aceitação do Próximo
Esta atitude frequente em nossa cultura, mostra quanto analisamos os outros, por nós mesmos, o quanto julgamos o outro pelo nosso conjunto de valores, logicamente, desrespeitando a livre expressão do indivíduo, menosprezando o conjunto de valores do outro, colocando-nos como árbitro de todos e do mundo.
A aceitação do próximo, como o próximo é, e não o que gostaríamos que ele fosse (a nossa imagem e semelhança, com o mesmo conjunto de valores que nós), reflete-se na aceitação dos valores de cada pessoa.
Assim, a pessoa que toma o seu conjunto próprio e único de valores, como base para a análise e julgamento do próximo, revela-se uma pessoa preconceituosa, e que só gosta do que lhe é espelho.
Aceitação do Próximo
A aceitação do próximo, além disso, a aceitação da diferenças, nada mais é do que respeitar tanto o conjunto de valores de cada um, bem como a liberdade de cada um expressar o seu ponto de vista particular, de acordo com seu conjunto de valores único.
Ocorrem fatos, como ocorreram comigo a semana passada, em que o emprego do juízo de valor resvala, indiscutivelmente, para o preconceito puro e simples.
Isso é o que eu costumo chamar de irradiar a luz a partir do próprio umbigo, o que é entrar em um diálogo sendo o único critério de valor o seu próprio, e é se colocar como a única luz e o centro das certezas do mundo.
Eu intitulo a este comportamento de síndrome de Tássia. Esta é a famosa Síndrome de Tássia Achando.”
Juízo de valor
O respeito aos seus juízos de valor, e aos juízos de valor do próximo, é básico na expressão e formação da liberdade humana.
E a manifestação ocorrida semana passada levantou a lebre, pois notei quanta dificuldade as pessoas têm em entender e praticar este ato básico na criação da dignidade humana, da dignidade de cada um de nós.
E o quanto esta dignidade é achincalhada, diariamente, por este mundo afora.
Como diz M. Scott Peck:
“O Mal é produto da ignorância.“
Portanto, o mau uso do juízo de valor oportunizou este artigo. Dessa forma, este artigo tem o propósito de mostrar a você o que é juízo de valor, e como e por que o seu uso pode ajudar a definir tanto o que você é e quem você é, como o seu desempenho e os seus resultados pessoais e profissionais.
E eu tenho a firme convicção de que você quer ser digno e dar dignidade, pela sua ação efetiva, a toda forma de vida.
O entendimento do que é juízo de valor reflete-se no comportamento e atitudes das pessoas. Isso afeta o desempenho e os resultados obtidos por cada um de nós na vida pessoal, profissional e sentimental.
Como eu sempre digo, a mudança começa comigo.
A mudança começa por você!
Seus empregados estão prontos e preparados para as demandas de interação com o seu público alvo? Pessoas maduras emocionalmente são necessárias para produzir “Horas da Verdade” junto aos seus clientes.
Construa uma semana excelente.
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O juízo de valor em minha convicção é tratar todos igualmente sem distinção de raça, cor, classe social.