O FRUTO E O SEU SERVIÇO

As frutas são viçosas. São coloridas. Chamam a nossa atenção. Ainda mais, são doces! Não dá uma vontade de pegá-las?

Mas… elas não são assim, por acaso. Elas são assim por uma necessidade imperiosa. Vamos analisar essa necessidade imperiosa.

Ao longo dos tempos, todo organismo se reproduz. O caso contrário, a não reprodução, leva à extinção da espécie. Todo organismo vivo tem embutido em seu DNA uma estratégia de reprodução. Essas estratégias foram sendo
aprimoradas ao longo do tempo.

As espécies, que tiveram estratégias de reprodução não muito eficazes, se extinguiram. Já as espécies que tiveram estratégias “boas”, que tiveram sucesso na reprodução, permanecem até hoje.

Algumas espécies tiveram estratégias de reprodução que funcionaram, durante algum tempo, mas não tiveram a rapidez de adaptação, quando algumas condições mudaram. Por esse motivo algumas espécies são, hoje, peças de museus.

O caso particular dos organismos “árvores frutíferas”, a estratégia de reprodução está associada ao fruto. O fruto é que carrega a semente que dará novas árvores.

Se a semente desprende-se diretamente dos galhos, o raio de ação da reprodução da árvore seria reduzido à sua vizinhança. E o pior, tanto as raízes das árvores “filhas” competiriam pelo alimento do solo com a árvore mãe, como as copas das árvores competiriam para receber a luz do sol.

Uma solução para isso são os mecanismos de dispersão da semente. Algumas sementes, extremamente leves, simplesmente voam. Já outras criam um efeito de planar, que as leva para longe da árvore mãe. Dentre as diferentes estratégias surgidas, uma delas foi o fruto. 

Uma manga, por exemplo. As cores da manga chamam a atenção. O doce da manga leva você para mais perto dela, o sabor da manga dá água na boca. Você pega fruta e vai comendo pelo caminho, terminou a fruta, você joga fora a
semente. Esse é o mecanismo de reprodução. Você, neste caso, pode ser o ser humano, os macacos, as gralhas, todo animal que se serve de frutos, e descarta as sementes.

O descarte das sementes pode se dar, também, junto com as fezes, o que propicia o adubo necessário para garantir o crescimento inicial da nova produtora de frutos, preferencialmente, longe da árvore mãe produtora do fruto.

O fruto é feito naturalmente para chamar a atenção! 

Colorido naturalmente para chamar a atenção dos olhos. 

Aromatizado naturalmente para chamar a atenção pelo olfato. 

Doce naturalmente pedindo para ser colhido e saboreado. 

Com uma casca natural que permite o transporte para longe. 

Enfim, o fruto nada mais é do que a embalagem da semente, feita naturalmente!

Note, que o fruto, para a árvore, é um custo, pois precisa ser produzida, consumindo nutrientes e tempo. Mas é o custo do benefício, o benefício de ser
colhida, e ao ser colhida e consumida, provocar o descarte da semente, preferencialmente, longe da árvore que a produziu. Leia a Lei do Almoço de Graça.

Há o fruto, na natureza, somente para que se descarte a semente! Este é o conceito. Nós, pela nossa necessidade de alimentação, aproveitamos essa necessidade de descarte e utilizamos o fruto em nosso benefício.

A árvore não produz frutos pela sua beleza, textura, cores e sabores. A árvore só produz frutos para levar a semente a outros lugares. O fruto é o meio que a árvore utiliza, sem consciência ou autopropósito algum, para se reproduzir.

As árvores não tiveram a consciência de produzir frutos dessa ou daquela maneira, mas aquelas que assim produziram frutos, foram se reproduzindo, mais e melhor, do que outras. As pequenas variações aleatórias, que propiciavam maior colheita, resultavam em maior probabilidade de reprodução. Sem consciência, sem propósito! 

Como diz Jacques Monod: “O acaso e a necessidade.” 




Puro e simples!

Mas o que tem isso a ver com os serviços, como dá a entender o título deste artigo?

Eu gosto de traçar parelelos entre o mundo físico e o mundo empresarial. 

Particularmente, a biologia evolutiva é pródiga em exemplos do que funciona, ou não, na natureza. 

As organizações humanas podem encontrar um terreno fértil, na biologia evolutiva, para traçar modelos e processos organizacionais, para estabelecer estratégias, etc.

O paralelo, que eu faço entre os serviços e os frutos, é: a semente dos serviços é a necessidade desse serviço plantada em outro local, para outras pessoas, é frutificar o desejo dos seus serviços em áreas diferentes e remotas de onde ele é produzido.

O cliente – propositalmente no singular – precisa ser tratado individualmente, com suas necessidades, desejos e vontades próprias. Esse cliente encantado leva a sua (dele) palavra, a sua palavra de encantamento, para o seu (dele) rol de amigos, para os seus (dele) parentes, para os seus (dele) colegas de trabalho e amigos.

Para plantar a necessidade do seu serviço, em locais diferentes, em tempos diferentes de onde ele é produzido, basta você fazer com que haja um fruto e um mensageiro, um portador da semente do seu serviço: o fruto é o encantamento do seu cliente – feito por você ou pela sua empresa -, e o mensageiro é esse mesmo cliente, para cada cliente!

O encantamento do cliente é o fruto que você produz, o portador do fruto é o próprio cliente encantado.

O encantamento do cliente leva esse cliente a comentar o seu serviço com outras pessoas, espalhando as sementes do seu serviço, e esse mesmo cliente, encantado, vem colher mais frutos, o fruto do encantamento, novamente! O cliente volta, pois a fruta é bonita, doce e aromática!

O fruto do encantamento, e o mensageiro do fruto, ajudam a plantar novos negócios, o encantamento e o seu cliente facilitam a plantação de mais negócios.

Isso é tudo o que seu negócio precisa, tudo o que você quer, não é?

A grande diferença do fruto, para com os serviços, é que as mudanças não devem ser aleatórias, pois diferentemente das árvores, nós podemos pesquisar o que nossos clientes querem, desejam e almejam.

Se você quiser encantar o seu cliente com os seus serviços, aplique os 5Rs, essa notável ferramenta que ajuda a:

– você obter e manter clientes,
– seu negócio fazer mais e melhores negócios!

Dúvidas? Esclarecimentos? 

Contate-nos diretamente, ou ainda leia a página PERGUNTAS E RESPOSTASpara maiores informações sobre nossos serviços.

Você pode imprimir, repassar ou copiar este artigo, no todo ou em parte, contanto que
1º – mantida a autoria; 2º – divulgado o autor e 3º – divulgado o endereço do site  https://www.merkatus.com.br

Carlos Alberto de Faria

Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1972 e pós-graduado em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 1997. Mais de 40 anos de experiência em Marketing.

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